A capacidade de amar intensamente é privilégio de poucos! Solares

"Eu tenho a alegria de dizer, nessa vida eu levo prejuízo o tempo todo, mas eu me alegro em cada prejuízo que levo, porque cada vez que eu consigo amar sem interesses, cada vez que eu posso me doar para alguém é o meu coração que ganha em qualidade e humanidade!"
Pe. Fábio de Melo

quinta-feira, junho 03, 2010

Cartas aos meus amigos: sobre perdas e ganhos...

Este tema, é um tema bastante abrangente. Por certo, cada pessoa, se perguntado, daria resposta das mais variadas possíveis. Por que será? É sobre essa perspectiva que gira o tema de hoje.

Como vocês, meus amigos de verdade, aqueles que convivem comigo e sabem quem eu sou, já devem saber, eu vivo intensamente cada momento da minha vida. Talvez por ser assim, Deus tenha proporcionado a mim experiências mais significativas e marcantes. Elas chegam a beirar o sofrimento e a dor, como preparo daquilo que chamo de BEM MAIOR. Bom, mas os problemas não são e nunca serão fortes o bastante para matar-me, mas eles são sem sombra de dúvidas, fontes de aprendizado e conquista nesta minha caminhada terrestre. Por esse motivo, penso ser esse tema de grande relevância para o momento, muito embora ele já tenha sido abordado aqui mesmo neste Blog em outra situação.

Os últimos meses não têm sido fáceis para mim, como nada em minha vida não é mesmo? Não seria eu se fosse fácil! Mas, a experiência tem sido gratificante em todos os sentidos, tenho me permitido demorar mais o meu olhar naquilo que ganho de cada experiência, porque as perdas... ah!... as perdas... elas não existem!. Nada é perdido no universo, essa é a justiça divina. O interessante, desta vez, é que na minha caminhada, uma pessoa muito amada, quase que ao mesmo tempo que eu, também vivenciou uma experiência que a mim foi partilhada. Essa pessoa tão amada é o meu sobrinho. Não vou aqui, entrar na ceara de sua experiência, mas lançarei mão de uma afirmativa feita por ele que muito tem haver com o tema proposto.


Após ter vivenciada sua experiência, meu sobrinho, partilhou comigo todo acontecido e finalizou o ocorrido dizendo: “Minha tia, não somos capazes de discernir o que é bom e o que é ruim diante dos fatos”. E eu reitero dizendo que: É evidente que não somos capazes de discernir o que é bom e o que é ruim. E isso vale para tudo, pois ambas referências (Bem/Mal) são convenções humanas, bem como certo/errado, perda/ganho e etc. São norteadores criados pela humanidade como parâmetro da essência material e não espiritual, já que Deus criou todas as coisas não atribuindo a elas convenção dual. Pensar na dualidade da existência é pensar em um Deus dual. Um Deus que guarda em si o bem e o mal. Se existe um ser humano bom e outro mal, suponho que essa dualidade venha de Deus, pois Ele é único. Ainda que que o mal venha do demônio (conveção humana - não sabemos), ainda assim, esse demônio foi criado por Deus, ele (o demônio) deve ter herdado de alguém ou de algo. Bem, isso tudo que exponho são pensamento que são coerentes a mim, logo para algumas pessoas elas não passam de convenções humanas. Viu? Eu disse que o tema é abrangente! Mas prossigamos com o meu pensamento, sem contudo querer influenciar quem quer que seja.

Eu acredito em Deus como Bem Maior, como bem definiu o filósofo grego Platão. Platão disse que Deus era esse BEM MAIOR e nós somos fragmento desse bem. Platão foi além, explicou essa convenção humana da dualidade, em seu mito da caverna, afirmando que esse bem, emanado do BEM MAIOR, para sair da ignorância deveria passar por um estágio: ele deveria sair do mundo inteligível (essência do bem - mundo inteligente) para o mundo sensível (das convenções humanas - mundo da matéria). A concepção de dualidade da existência vem de Platão, ser humano, limitado, mas que soube demonstrar com maestria essa dualidade como um mal necessário para alcançar o BEM MAIOR. Com a sua filosofia da dualidade dos mundos, Platão sinaliza de forma tênue a existência de apenas o Bem como sendo o confiável. Como confiar nos nos sentidos? Será que eles são confiáveis? De certo que não!. O mundo sensível nos engana o tempo todo é o mundo das convenções, é o mundo: do bem/mal, certo/errado, de perdas/ganhos e etc. O que posso concluir desse meu raciocínio que nós seres humanos, centelhas divinas, somos essencialmente bom e bem, pois assim Deus O é. É somente este raciocínio que acrescento ao pensamento do meu sobrinho e digo mais, dentro da convenção de ganho/perda, você só ganhou e nada perdeu. Estou feliz por você meu sobrinho! Te amo ainda mais, estou orgulhosa de você! Pela primeira vez olhou devagar para suas dores e sozinho, sem interferência minha ou de quem quer que fosse, descobriu o seu BEM MAIOR.

Já falando sob a ótica da experiência vivenciada por mim nos últimos meses, digo sem sombra de dúvidas que também só obtive ganhos, até porque as perdas como já disse, não existem!. Ganhar ou perder são imagens que temos de momentos que vivemos e de pessoas com as quais nos surpreendemos ou nos decepcionamos. Assim como bem/mal, as perdas/ganhos são também convenções humanas. Nunca perdemos nada na vida, sempre estamos ganhando, apenas olhamos depressa demais para os acontecimentos e só fixamos o nosso olhar nas possíveis “perdas”, assim sendo não somos capazes mesmo de perceber o quanto ganhamos. Foi exatamente isso que aprendi nos momentos intensos, humilhantes, dolorosos, sofridos, desrespeitosos, indelicados, constrangedores, ao longo da minha caminhada: que não houve perdas, mas sim ganhos! muitos ganhos... . E isso aconteceu todas as vezes que fui colocada frente a frente com as convenções humanas. Percebi que são as nossas escolhas que determinam tais convenções, mas isso não implica dizer que se uma pessoa erra, e que esses erros são presenças constantes na vida desta pessoa (já que não conhece e nem nunca foi apresentada a esse BEM MAIOR - estado de ignorância) que ela seja afetada de forma abrupta por essas convenções humanas de bem/mal. Neste caso a convenção humana está na ordem inversa o mal é visto como bem. É a treva em forma de luz.

Apesar da tempestade ainda não ter ido embora da minha vida, eu posso dizer com convicção que durante todo o processo em que eu estive envolvida, eu sou ganhei. Muito embora eu tenha tido que fazer escolhas apressadas, eu demorei e fixei meu olhar naquilo em que eu ainda posso ganhar.

Portanto, não acredito na dualidade da essência humana, acredito que o ser humano é do bem e é bom, como está escrito na canção que pe. Fábio canta: "Sim, todo homem é bom, todo humano é bom... forte/fraco, tristonho/feliz..." Mais uma vez este grande ser humano me empresta sua luz para que eu possa enxergar, sem pressa e com clareza a verdadeira essência de Deus. E se a Sua Essência é feita de algo bem maior, então, nós sua imagem e semelhança, não poderíamos ser diferentes. É como diz aquele velho ditado: “Quem sai aos seus não degenera”! Eu acho que o ditado é assim... se estiver errada corrijam-me!

Para que posamos refletir sobre a profundidade do bem que há no ser humano deixou a letra da música que pe. Fábio canta e que para mim traduz melhor que as minhas palavras o tema proposto. E que todos possam enxergar em verdade o que é bom!

Todo homem é bom

Sim, todo o homem é bom
Todo o humano é bom
Toda face, olhar e matiz
Sim, todo o homem é bom
Sendo ele o que for
Forte, fraco, tristonho ou feliz

Todos os pobres, os livres, os nobres,
Os feios, os belos, Os ricos também.
Todos os desesperados, os esperançosos,
Os néscios, os sábios, ou não...
Todos por certo são bons,
Como é bom nosso Pai,
Que criou cada jeito de ser
Todo o semblante é bom
Todo instante é bom
Quando há vida e quando há viver

Todo o âmago é bom
Toda essência tem dom
De amar, ser reflexo de Deus
Mesmo que o mal ronde perto
E nos faça um deserto
Esse bem ficará
E uma gota do céu cairá
Sim todo o homem é bom
Todo o humano é bom
Se ele sabe entregar-se num Sim
Todo o sonho é bom
E o futuro é bom
Se a esperança caminha aqui

Todo o justo, o crente, o descrente,
O que sabe ser gente,
O que sente a canção
Todo o que é jovem,
O que é velho,
O que foge do espelho
E o que olha nos olhos também.
Todo o doente é bom,
E também todo o são,
O que pede, o que dá
E o que não
Todo indigente é bom,
E também quem tem dom;
Quem tem tudo ou nada ao sol

Todo alegre é bom,
todo o triste também ,
se olha a vida e aceita o amor
Todo o valente, o covarde, o contente
O sério e o sonhador.
Todo o sério e o sonhador.
Sim todo o homem é bom
Todo o humano é bom
Se ele sabe entregar-se num Sim
Todo o sonho é bom
E o futuro é bom
Se a esperança caminha aqui

Todo o que reza, o que pede, o que implora,
Aquele que chora, e o que vive tão bem.
O que separa o erro de quem fez errado
E aos pecados dá fim ,
E enxerga em verdade o que é bom...
E enxerga em verdade o que é bom...
pe. Fábio de Melo
Solares

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