O depoimento que causou furô foi ao ar no último sábado dia 16 de julho, quando uma senhora de 68 anos relatou o seguinte:
"Esse negócio de as pessoas dizerem que tem de gozar junto, no mais popular, que tem de gozar junto e que é isso que faz neném... quer dizer... Isso é tudo mentira. Porque eu fiquei dos meus 14 aos 45 anos sem saber o que era isso. Para mim era tudo normal: o homem terminava, eu terminava também.
Só com os 45 anos eu ganhei... eu fazia coleção de discos de Roberto Carlos, eu ganhei um LP que tinha a música 'Concavo e Convexo', não sei se saiu direito, 'Côncavo e Convexo' . Então eu botei a vitrola, que era daquelas antigas, e fui dormir. E simplesmente, gente, quando eu acordei, eu estava com a perna suspensa e a calcinha na mão, e toda babada.
(pausa) Aí foi que eu comecei a comentar com as amigas. Falaram assim: 'Poxa, você gozou'. Aí que eu vim saber o que era o gozo. Moral da história: eu sou uma pessoa com 68 anos que o homem para mim não faz falta. Eu mesma dou o meu jeito."
Bom as polêmicas são sempre bem vindas, pois estimulam o poder de reflexão do individuo fazendo-o questionar acerca daquilo que se apresenta a ele. No caso do depoimento acima não houve questionamentos mas sim, críticas tanto ao que foi dito quanto ao perfil da senhora. Por esse motivo resolvir analisar o ocorrido estabelecendo duas possibilidades. A primeira do depoimento ser fictício, já que o autor da novela adora gerar polêmica; e a segunda dele ser verdadeiro, já que quem relata é anônimo.
No caso do depoimento ser fictício, partamos do ponto que cada relato ali conferido tem haver com os diversos temas que irão ser trabalhados pelo autor ao longo da novela. Se pensarmos assim, então, a vida imita arte já que a nossa vida se confunde com a ficção a tal ponto que não conseguimos separar o que é real do sonho. Sendo assim quero levantar algumas questões que me fez pensar em ser tal relato fictício. Quero esclarecer antes que no dia que o depoimento foi ao ar eu não o assistir, mas devido a repercussão me propôs a procurá-lo na internet com o intuito de analisá-lo. Feito isso, pontuei as questões que me fizeram duvidar da veracidade do depoimento.
A depoente disse que ao ouvir a música o Côncavo (faz mensão ao orgão genital feminino) e o Convexo (faz mensão ao órgão genital masculino), adormeceu e quando acordou, estava com as "pernas suspensas", "calcinha na mão" e toda "babada". Os questionamentos são: como poderia ela estar com as pernas suspensas, se estava dormindo? e quando dormimos o nosso corpo tende a relaxar. Como ela percebeu-se com a calcinha na mão ao acordar, se antes de dormiu não a tinha tirado? E o pior como ela pôde estabelecer a conexão do orgasmo com estar "babada" se ela não teve a sensação? uma coisa é você descerever o orgasmo a outra é você sentí-lo e me pareceu que ela não a teve, pois só confirmou que havia "gozado" porquê suas amigas asim o disseram. Bem no máximo ele teve um sonho, e quanto ao orgasmo feminino, ele não é visível. Ao contrário do homem que perecebemos nitidamente, o estado "babado" a que a depoente se refere nada mais é que a percepção visível da excitação feminina que se prepara para o coito.
No caso do depoimento ter sido verídico, não vi nada demais para tanto estardalhaço, isso é a realidade da nossa condição "Mulher" que carrega em si a educação antiga onde ela se submete ao homem a fim de satisfazê-lo. Ver os telespectadores se manifestar de forma preconceituosa me fez pensar, por que será que ninguém protestou quando na primeira cena da referida novela a Ana Paula Arósio ter aparecido nua? E ainda mais, da última novela que foi ao ar Belíssima, que mostrou a personagem Rachel (Carolina Ferraz) cansada das decepções com os homens optar por um relacionamento homossexual? nada tenho contra, penso que a forma como foi trabalhada a relação deu a entender que temos várias opções para isso, ora ninguém dorme e acorda homossexual, quem é é e pronto. Achei desrespeitoso tanto com o público quanto com os homossexuais. Quanto as perguntas feitas por nossos filhos, não podemos proibí-los de se relacione como o mundo, mas temos o dever e obrigação de respondê-lo toda vez que formos solicitados, e de preferência de forma clara sem preconceitos.
Portanto, diante do exposto proponho que seja revisto nossos conceitos. Deixemos de hipocresia e enfrentemos a realidade de forma coerente, não deixemos que os fatos nos constrangam, nos permitamos sim, sermos surpeendidos, pois a surpresa aguça as nossas mentes que estimuladas buscam analisar os fatos como eles são, afinal segundo pesquisa 75% das mulheres nunca ou quase nunca atingiram o orgasmo e isso foi dito na Tv e para ser sincera não vi ninguém constrangido com isso.