Chegou
as telonas, no dia 12 de fevereiro, o tão aguardado filme, 50
Tons de cinza. Para começar quero confessar que não li o
livro e que só sei de ouvir falar através de seus fãs e curiosos.
Quando o best-sellers a mim foi relatado, logo percebi que não fazia
meu gênero, e quem me conhece sabe o quão exigente e criteriosa sou
com minhas leituras. Mas, independente de satisfazer ou não o meu
gosto, a obra ganha vida e arrasta milhões de adeptos as salas de
cinema, na expectativa de ver a narrativa acontecer de forma concreta
e substancial.
Ao
tomar conhecimento do enredo que permeia a escrita, de imediato
lembrei-me de um outro folhetim do gênero que também ganhou vida em
1986. Estou falando da fita, Nove semanas e meia de amor da
autora Elizabeth McNeil, que trouxe nos papéis principais Mickey
Rouke (John) e Kim Basinger (Elizabeth).
Desculpem, não evitar comparações entre as duas encenações.
No
conto de Elizabeth MsNeil, entramos em contato com a
história de um bilionário (Rouke) que é
afeito a fantasias e fetiches sexuais picantes, sempre como um
dominador. E que ao conhecer Elisabeth (Basinger) a
submissa, à arrasta para seu mundo de devaneio lascivo, tornando-a
sua dependente psicológica. A mesma história é vislumbrada pela
autora E. L James
da biografia aqui em questão,
onde o personagem de Christian Grey (Jamie Dorrnan) é
um dominador de incontrolável impulsos sexuais, e afeitos à objetos
sádicos, masoquismo, dominação e bondage, que o torna ao mesmo
tempo violento, mas sedutor. Ele também está em busca de uma
submissa, no caso Anastásia Steel (Dakota Johnson), a
fim de promover a ela o ápice da relação física, inserindo a esse
vínculo seus “brinquedinhos” como garantia certa do máximo de
prazer ao tempo que ele satisfaz seu ego doentio. O que que há de
semelhante e diferente entre ambas as crônicas? Vejamos.
Nove semanas e meia de amor
Tanto
em Nove semanas e meia de amor quanto em
50 tons de cinza, a semelhança
está, no amor que as submissas despertam sem seus dominadores
(clichê não?). A diferença
entre eles está, na forma em que cada dominador conduz seus impulsos
sexuais. Grey (50 tons de cinza) alia a
sua forma violenta e sedutor, seus brinquedinhos sadomasoquista.
Enquanto John (nove semanas e meia de amor), eleva seu
espírito sedutor aos limites do desejo, envolvendo-se com sua
submissa rapidamente e com ela iniciando a prática de jogos sexuais
cada vez mais intensos, que torna o relacionamento cada vez mais
complicado e difícil de ser controlado, transformando-se em um
pesadelo erótico de fantasia e dominação psicológico. Contudo,
sem os “brinquedinhos” do senhor Grey. Para falar a
verdade... prefiro esse roteiro.
Nove semanas e meia de amor
Sensualidade
Cenas picantes e excitantes
Apesar de toda tensão que envolve o filme, não tive curiosidade em assisti-lo, pelo menos de inicio. Porém alguns amigos meus, que sabem como amo a 7ª arte e como gosto de fazer comentários críticos sobre ela, me pediram que o prestigiasse e que depois fizesse uma análise sobre ele. Reafirmei-lhes que, se a fizesse não seria de forma profunda, uma vez que não li o exemplar. Mas, diante de tanta insistência e do desafio, e eu adoro desafios... aceitei-o e desloquei-me até uma sala cinematográfica mais próxima, imbuída de um senso crítico e sem qualquer pretensão de denegrir à imagem da autora e sua narrativa original.
Dominação
Sadomasoquismo
A película de inicio me entreteve. O encontro entre os personagens principais foi salutar e excitante. O entrelaçamento de olhares, os vocabulários picantes (embora os diálogos fossem pobres), a linguagem corporal de ambos (principalmente de Grey que incrivelmente vai preenchendo todos os espaços cênicos para um perfeito enquadramento das cenas), o frenesi do flerte que toma conta dos protagonistas até a descoberta da sensualidade e sexualidade por parte de Anastásia...tudo lindo!!!!!!!!!!!!
Porém,
quando Grey dá vasão ao seu lado sombrio e obscuro,
todos os elementos da sedução lançado mão anteriormente, saem de
cena e dão lugar ao violento sedutor sádico que conduz a heroína
da história ao seu mundo de recalque, fixação e sexualidade mal
resolvida ...essa parte não tem nada de lindo, mas sim
deprimente!!!!.
Nesse
momento o cine não mais me agradou e pedi a Deus que acabasse logo.
Os restantes finais da tira, se resumem ao conflito vivido pelo
bilionário quando percebe que está apaixonado pela inosa mocinha e
as implicações de levá-la cada vez mais para seu submundo. Esta
foi a única visão romântica da história que eu pude vislumbrar,
uma visão tosca, mas que existe em cada fábula do mito do amor
romântico. (novamente clichê)
Não
vou dizer que fui seduzida pela mega produção, mas ao ser desafiada
pelos amigos me senti na necessidade de dar a eles uma resposta, e
aqui vai ela: o filme não é todo ruim, embora reafirmo que
definitivamente não faz o meu gênero. Todavia, não poderia me
reservar ao luxo de emitir juízo de valor a priori
(conhecimento anterior independe da experiência), apenas com o que
foi me relatado e dito sobre a novela, necessito de um algo mais para
que possa chegar a um juízo de valor a
posteriori (conhecimento seguinte depende da experiência)
unindo o empírico e a experiência, resultando em minhas
considerações finais:
Não
entrarei na seara de bom ou ruim, mas vou arriscar um mediano por
considerar alguns pontos substanciais da filmagem, e que embora
concorde com a colunista da VEJA Raquel Carneiro,
que o grande problema do filme e do livro é a sua autora, que
insiste num texto pobre e inverossímil, destaco o que o tornou
atrativo, no meu entendimento:
1.
As cenas de sexo, que embora fossem tratados com leveza, foram
suficientes;
2.
Os atores que apesar de não convencerem (muito mais a Dakota
Johnson), se propuseram ao concretizar as cenas mais difíceis e
desafiadoras. Muito bom para artistas quase iniciantes;
3.
A direção esteve perfeita nos enquadramentos, iluminações e
exploração dos nus de Grey e nus frontal e lateral de Ana;
4.
Contudo, o Oscar de o melhor que o filme pôde oferecer vai para... a
trilha sonora, que foi de boa qualidade e impecável.
Mas,
a maior premiação fica por conta dos fãs da seriação. Sem eles
nenhuma obra seria boa o bastante para ganhar vida, para eles tudo
que aqui expus é irrelevante, pois os únicos com propriedade de
avaliá-la, por certo são eles e com certeza para eles o filme foi
ótimo, só faltou mais cena de sexo!!!! kkkkk
Parabéns
fãs!!!!!
Solares