A capacidade de amar intensamente é privilégio de poucos! Solares

"Eu tenho a alegria de dizer, nessa vida eu levo prejuízo o tempo todo, mas eu me alegro em cada prejuízo que levo, porque cada vez que eu consigo amar sem interesses, cada vez que eu posso me doar para alguém é o meu coração que ganha em qualidade e humanidade!"
Pe. Fábio de Melo

segunda-feira, fevereiro 23, 2015

50 Tons de cinza: Uma visão despretensiosa



Chegou as telonas, no dia 12 de fevereiro, o tão aguardado filme, 50 Tons de cinza. Para começar quero confessar que não li o livro e que só sei de ouvir falar através de seus fãs e curiosos. Quando o best-sellers a mim foi relatado, logo percebi que não fazia meu gênero, e quem me conhece sabe o quão exigente e criteriosa sou com minhas leituras. Mas, independente de satisfazer ou não o meu gosto, a obra ganha vida e arrasta milhões de adeptos as salas de cinema, na expectativa de ver a narrativa acontecer de forma concreta e substancial.

Ao tomar conhecimento do enredo que permeia a escrita, de imediato lembrei-me de um outro folhetim do gênero que também ganhou vida em 1986. Estou falando da fita, Nove semanas e meia de amor da autora Elizabeth McNeil, que trouxe nos papéis principais Mickey Rouke (John) e Kim Basinger (Elizabeth). Desculpem, não evitar comparações entre as duas encenações.

No conto de Elizabeth MsNeil, entramos em contato com a história de um bilionário (Rouke) que é afeito a fantasias e fetiches sexuais picantes, sempre como um dominador. E que ao conhecer Elisabeth (Basinger) a submissa, à arrasta para seu mundo de devaneio lascivo, tornando-a sua dependente psicológica. A mesma história é vislumbrada pela autora E. L James da biografia aqui em questão, onde o personagem de Christian Grey (Jamie Dorrnan) é um dominador de incontrolável impulsos sexuais, e afeitos à objetos sádicos, masoquismo, dominação e bondage, que o torna ao mesmo tempo violento, mas sedutor. Ele também está em busca de uma submissa, no caso Anastásia Steel (Dakota Johnson), a fim de promover a ela o ápice da relação física, inserindo a esse vínculo seus “brinquedinhos” como garantia certa do máximo de prazer ao tempo que ele satisfaz seu ego doentio. O que que há de semelhante e diferente entre ambas as crônicas? Vejamos.
Nove semanas e meia de amor

Tanto em Nove semanas e meia de amor quanto em 50 tons de cinza, a semelhança está, no amor que as submissas despertam sem seus dominadores (clichê não?). A diferença entre eles está, na forma em que cada dominador conduz seus impulsos sexuais. Grey (50 tons de cinza) alia a sua forma violenta e sedutor, seus brinquedinhos sadomasoquista. Enquanto John (nove semanas e meia de amor), eleva seu espírito sedutor aos limites do desejo, envolvendo-se com sua submissa rapidamente e com ela iniciando a prática de jogos sexuais cada vez mais intensos, que torna o relacionamento cada vez mais complicado e difícil de ser controlado, transformando-se em um pesadelo erótico de fantasia e dominação psicológico. Contudo, sem os “brinquedinhos” do senhor Grey. Para falar a verdade... prefiro esse roteiro.



 
 Nove semanas e meia de amor










           Fantasias e fetiches






              Sensualidade




 
 


    

Cenas picantes e excitantes











Apesar de toda tensão que envolve o filme, não tive curiosidade em assisti-lo, pelo menos de inicio. Porém alguns amigos meus, que sabem como amo a 7ª arte e como gosto de fazer comentários críticos sobre ela, me pediram que o prestigiasse e que depois fizesse uma análise sobre ele. Reafirmei-lhes que, se a fizesse não seria de forma profunda, uma vez que não li o exemplar. Mas, diante de tanta insistência e do desafio, e eu adoro desafios... aceitei-o e desloquei-me até uma sala cinematográfica mais próxima, imbuída de um senso crítico e sem qualquer pretensão de denegrir à imagem da autora e sua narrativa original.


         Dominação


              Sadomasoquismo













A película de inicio me entreteve. O encontro entre os personagens principais foi salutar e excitante. O entrelaçamento de olhares, os vocabulários picantes (embora os diálogos fossem pobres), a linguagem corporal de ambos (principalmente de Grey que incrivelmente vai preenchendo todos os espaços cênicos para um perfeito enquadramento das cenas), o frenesi do flerte que toma conta dos protagonistas até a descoberta da sensualidade e sexualidade por parte de Anastásia...tudo lindo!!!!!!!!!!!!
Porém, quando Grey dá vasão ao seu lado sombrio e obscuro, todos os elementos da sedução lançado mão anteriormente, saem de cena e dão lugar ao violento sedutor sádico que conduz a heroína da história ao seu mundo de recalque, fixação e sexualidade mal resolvida ...essa parte não tem nada de lindo, mas sim deprimente!!!!.


Nesse momento o cine não mais me agradou e pedi a Deus que acabasse logo. Os restantes finais da tira, se resumem ao conflito vivido pelo bilionário quando percebe que está apaixonado pela inosa mocinha e as implicações de levá-la cada vez mais para seu submundo. Esta foi a única visão romântica da história que eu pude vislumbrar, uma visão tosca, mas que existe em cada fábula do mito do amor romântico. (novamente clichê)

Não vou dizer que fui seduzida pela mega produção, mas ao ser desafiada pelos amigos me senti na necessidade de dar a eles uma resposta, e aqui vai ela: o filme não é todo ruim, embora reafirmo que definitivamente não faz o meu gênero. Todavia, não poderia me reservar ao luxo de emitir juízo de valor a priori (conhecimento anterior independe da experiência), apenas com o que foi me relatado e dito sobre a novela, necessito de um algo mais para que possa chegar a um juízo de valor a posteriori (conhecimento seguinte depende da experiência) unindo o empírico e a experiência, resultando em minhas considerações finais:

Não entrarei na seara de bom ou ruim, mas vou arriscar um mediano por considerar alguns pontos substanciais da filmagem, e que embora concorde com a colunista da VEJA Raquel Carneiro, que o grande problema do filme e do livro é a sua autora, que insiste num texto pobre e inverossímil, destaco o que o tornou atrativo, no meu entendimento:

1. As cenas de sexo, que embora fossem tratados com leveza, foram suficientes;

2. Os atores que apesar de não convencerem (muito mais a Dakota Johnson), se propuseram ao concretizar as cenas mais difíceis e desafiadoras. Muito bom para artistas quase iniciantes;

3. A direção esteve perfeita nos enquadramentos, iluminações e exploração dos nus de Grey e nus frontal e lateral de Ana;

4. Contudo, o Oscar de o melhor que o filme pôde oferecer vai para... a trilha sonora, que foi de boa qualidade e impecável.

Mas, a maior premiação fica por conta dos fãs da seriação. Sem eles nenhuma obra seria boa o bastante para ganhar vida, para eles tudo que aqui expus é irrelevante, pois os únicos com propriedade de avaliá-la, por certo são eles e com certeza para eles o filme foi ótimo, só faltou mais cena de sexo!!!! kkkkk
                               Parabéns fãs!!!!!
Solares