Faz
tempo que não escrevo, nem mesmo no meu Blog que nasceu para este
fim. Isso é muito engraçado, pois não existe nada que goste mais
do que escrever. Escrever sobre mim, sobre o mundo, sobre as coisas
do mundo e a influência de tudo no mundo em mim. Gosto das mudanças
que o mundo me proporciona, pois nelas sempre encontro um aprendizado
perdido e que precisa ser apreendido. Às vezes é muito difícil
compreender as pessoas, por isso já parei de tentar, busco entender
a mim mesma, pois partindo de mim serei capaz de entender o que o
outro quer, isso se chama empatia, a capacidade que temos de nos
colocar no lugar do outro quando um acontecimento promove mudanças e
que gera um ponto de vista.
É
muito fácil julgar e condenar alguém quando não exercermos a
empatia, e fatalmente incorreremos em erros. Erros que possam marcar
o outro e a você para sempre. Temos que lembrar que toda história
tem dois lados e que antes de nos posicionarmos diante de qualquer
situação precisamos conhecê-los, pois todo juízo de valor que
você emitir pode ser uma versão distorcida de você mesma. Por
isso, tenho pensado que o melhor a se fazer diante situações
complicadas é silenciar e esperar que o tempo arrume as coisas para
você.
Neste
sentido, sempre tive como aliado do conhecimento o pe. Fábio de Melo
que me ensinou de forma caridosa e humana como proceder diante das
circunstâncias usando como exercício diário a dinâmica de silenciar e falar.
“Demora
naquilo que você precisa dizer. Livre-se da pressa de querer dar
ordens ao mundo. É mais fácil a gente se arrepender de uma palavra
dita, do que de um silêncio. Palavra errada na hora errada pode se
transformar em ferida naquele que ouviu, também naquele que disse”.
É
muito pertinente o excerto acima, não é só nas palavras que nos
apressamos, mas também temos pressa em dizer como vemos as pessoas.
Isso se deve, pela forma apressada com que olhamos para elas e na pressa também as julgamos e as condenamos antecipadamente, pensndo que sabemos tudo sobre essas pessoas. Só pensamos que sabemos,
pois ninguém é o que se pensa, as pessoas são o que são e pronto! tudo
que falamos ou pensamos sobre elas não as são em sua essência. Com relação a isso sempre fui muito resolvida.
Nunca me preocupei muito com o que as pessoas pensam sobre mim,
importa o que eu sou de fato, e quem eu sou de fato só eu posso
dizer e mais ninguém.
Tenho
levado para minha existência o silenciar como amigo conselheiro, se
duas situações se apresentam a mim, analiso e tento entender o por
quê que tudo ter começado. Não tenho que escolher um lado, tenho
que estender a ponte. A ponte que possa ligar ambos os lados, ninguém
vive de apenas de um dos lados, veja o exemplo da ponte, eu só posso
vislumbra o que há do outro lado se eu atravessa e uma vez feita a
travessia, posso então, contemplar o todo e mesmo que emita um juízo
de valor não será para escolher de que lado devo estar, mas qual a melhor maneira de aproveitar o qeu ambas têm de melhor para me oferecer.
Às
vezes nos perdemos de nós mesmos para que depois possamos nos
reencontrar, no reencontro sempre nasce a descoberta e eu descobrir,
nesta minha busca por mim mesma, que eu preciso cada vez mais DE MIM!
Pois só de posse de quem eu sou, eu possa ver o outro como ele
realmente é. Isso pode ser, aos seus olhos, uma visão egoísta de
mim mesmo, mas tudo bem, estou precisando ser um pouco egoísta, já
que vivi muito tempo em função do outro. O grande filósofo
Sócrates disse, que o homem tem que conhecer-se a si mesmo, pois só
assim ele alcançaria o conhecimento e dominaria suas paixões. Eu
sou muito socrática, acredito piamente que o conhecimento é
libertador em todos os sentidos e o que aos seus olhos possa ser uma
visão egoísta, digo: Que é uma visão libertadora de quem sou pois, estou a procura de mim! Porque sinto falta
de mim! Me descuidei e cuidei de outros enquanto esquecia de cuidar
de mim... Então se alguém, por acaso me encontrar por aí me
devolva a mim!.
E
como não fechar este meu retorno ao meu blog, com ele que permeia
todas minha ideias e que de Alguma forma sempre me devolve a mim
mesma. Padre Fábio de Melo:
VIR
A SER
Eu procuro por mim.
Eu procuro por tudo o que é meu e que em mim se esconde.
Eu procuro por um saber que ainda não sei, mas que de alguma forma já sabe em mim.
Eu sou assim...
processo constante de vir a ser.
O que sou e ainda serei são verbos que se conjugam sob áurea de um mistério fascinante.
Eu me recebo de Deus e a Ele me devolvo.
Movimento que não termina porque terminar é o mesmo que deixar de ser.
Eu sou o que sou na medida em que me permito ser.
E quando não sou é porque o ser eu não soube escolher. (pe. Fábio de Melo)
Eu
sou o que penso e não o que penso que sou.
Solares