A capacidade de amar intensamente é privilégio de poucos! Solares

"Eu tenho a alegria de dizer, nessa vida eu levo prejuízo o tempo todo, mas eu me alegro em cada prejuízo que levo, porque cada vez que eu consigo amar sem interesses, cada vez que eu posso me doar para alguém é o meu coração que ganha em qualidade e humanidade!"
Pe. Fábio de Melo

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

"É C A R N A V A L !"


Chegou carnaval, tempo em que todo o país pára para participar da maior festa popular do planeta. Nos quatro cantos do Brasil pessoas se entregam a magia do carnaval; é escola de samba, é frevo, é trio elétrico, tudo isso para esquentar esse grande calderão cultural do Brasil.
Como sou baiana, vou falar um pouco do carnaval da minha terra. Dizem os turistas que ele é o melhor do país, tirando a modéstia é mesmo, pois os ingredientes necessários para aquecer esse caldeirão encontramos aqui, em Salvador, local onde SE CANTANDO TUDO DÁ. Mas se o carnaval de Salvador é o melhor do país, isso se deve a nossa gente que vão as ruas como "pipoca", levando consigo a alegria e o gingado jamais visto iguais. Mas esta alegria e este gingado estam sendo ameaçados pela grande indústria que se tornou o nosso carnaval, os blocos tomaram os espaços que antes eram só dos foliões. As ruas ficaram apertadas devido a imensidão de pessoas que exprimidas, ingressam aos blocos.
Lembro-me que algum tempo atrás, brincar nas ruas de Salvador no carnaval era um privilégio, poucas pessoas saíam em blocos, que por sua vez não cobravam "os olhos da cara" a quem quissese integrá-los. Hoje após tanta divulgação do nosso carnaval, ele se tornou atrativo para turistas, não que eu tenha nada contra, pelo contrário eles sempre serão bem-vindos a nossa terra, mas 80% dos abadás vendidos são para eles que ao deixarem Salvador já garantem para o ano seguinte o seu abadá, enriquecendo bastante os donos de blocos. O outro ponto crucial são os camarotes que são armados ao longo da avenida estreitando ainda mais as ruas, expremendo os foliões entre as cordas dos blocos e os camarotes, daqui a algum tempo nós não teremos mais foliões nas ruas, pois os camarotes enfileirados darão lugar a um BLOCODROMO (inventei agora esse nome), não existe o SAMBODROMO, onde de um lado e de outro existem arquibancadas para as pessoas assistirem os desfiles das escolas de samba? pois bem, será criado em Salvador dentre em breve, o BLOCODROMO, onde as pessoas que tiverem dinheiro assistirão aos desfiles dos blocos, isso já pode ser visto do Campo Grande até o Relógio de São Pedro. É lamentável vermos isso acontecer como o nosso carnaval sem poder fazer nada. Não brinco mais no carnaval da minha terra, as ruas não cabem mais tanta gente que se expremem entre os blocos e os camarotes, e nem tampouco sou louca para pagar R$ 1.200,00(mil e duzentos reais) em um pedaço de pano para brincar 03(tês) dias, só mesmo os turistas fazem isso, e os donos de blocos agradecem.
Sinto saudades do antigo carnaval de Salvador, onde independentemente de cor, raça e credo, todos podiam brincar, o espaço era suficiente para todos, tanto para os que brincavam nas ruas, como para os que brincavam em blocos, e não eram tantos assim, sinto saudades principalmente do tradicional "Encontro de Trios" na Catro Alves no último dia de carnaval onde as grandes estrelas, hoje esquecidas, uniam-se para tocar para uma multidão que o esperavam até amanhecer. Esse era o Carnaval de Salvador, o melhor e maior de todos os carnavais, infelizmente, as grandes estrelas que por muito tempo conduziram magnificamente o nosso carnaval foram esquecidas e o Tradicional Encontro de Trios não é mais na Castro Alves, em seus lugares vemos estrelas acometidas de estrelíssmo, onde cada uma delas faz o carnaval para o seu público; é o "Arrastão da Timbalada", é o "Arrastão da Madeirada", é o "Arrastão do Voa-Voa e assim, vamos fragmentando cada vez mais o carnaval de Salvador, cada circuito da cidade destina-se a um público, a Barra hoje, é a alternativa para aqueles que não podem pagar os blocos tidos como "oficiais" que desfilam na Avenida Sete.
Enfim, é uma pena ver o nosso carnaval virar uma vitrine comercial e sua magia se tornar apenas uma lembrança para quem um dia soberam o aproveitar.
"Atrás do trio elétrico só vai quem é turista e quem tem dinheiro"
SOL

sábado, fevereiro 11, 2006

"Ao meu Mestre com muito carinho"

Hoje é um dia triste e ao mesmo tempo alegre para mim. Triste por que é aniversário de morte do meu Professor e Mestre Jaime Sobrinho, alegre porque estou tendo a oportunidade de prestar-lhe essa homenagem aqui no meu Blog. Blog esse, que também é parte dele, já que suas últimas palavras para mim no hospital, foram de incentivos a escrever minhas idéias e de elogios de admiração para comigo. Eu não sabia que ele me admirava tanto... Obrigada Mestre e amigo por ter confiado no meu potencial e me ensinado a amar a arte de filosofar, arte essa que você soube demonstrar e fazer maravilhosamente bem. É com muita gratidão que transcrevo aqui aquela mensagem que escrevir para você em nossa última aula no Pelourinho (parecia até que eu sabia que nove meses depois você nos deixaria), mensagem esta que você fez questão de me dizer, lá no hospital, que adorou, me despertando para o fato de quanto ela foi significativa em sua vida. Valeu meu Mestre, obrigada por ter me ajudado a tornar verdade esse Blog.
Jaime,

Hoje é um daqueles dias em que "a cobra vai fumar" e a "galinha vai pular", ou ainda que vamos receber a "galinha pulando"... (expressões usadas em sala de aula por Jaime, quando queria chamar nossa atenção). É duro... mas, você nos libertou com sua Maiêutica do Mito da Caverna nos levando à Lógica, Razão e Conhecimento, nos mostrou ainda, que é possível nos livrarmos das amarras do fundo escuro da caverna e alcançarmos a Luz da Sabedoria e que a liberdade é uma conquista de cada um de nós através da insaciável sede do querer aprender.

Adoraríamos Beber mais dessa fonte, Néctar inesgotável do saber, pois dela elaboraremos a base construtora do nosso futuro, e você Jaime, será o nosso Mito mais real, se que isso é possível, O Deus Grego da Nossa Filosofia que transformará a nossa Tragédia Grega em Olimpíadas de vencedores.

É por este motivo que gostaríamos de registrar aqui os nossos mais sinceros agradecimentos a esse Gigante Titã que por muitas vezes transformou nossa aulas em uma verdadeira Arena de Duelos de valorosas experiências proveitosas, consideradas por nós como um Banquete.

Tenha certeza que nós o imortalizaremos na galeria dos Deuses Mitológicos, pois você é alguém para ser estudado na História da Filosofia, considerando que você é original e único tanto no Mundo das Idéias quanto no Mundo Sensível, já que é impossível copiá-lo.

Na nossa bagagem o lema: "Conhece-te a ti mesmo", será o princípio de todo o nosso estudo e você o exemplo de professor a ser seguido por todos nós.

Pelourinho, 14 de junho de 2003
Turma do curso de Filosofia 2º semestre
SOLARES

"As pessoas não morrem, apenas passam para um outro estágio, ficando imortalizadas para sempre em nossas mentes".
SOL

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Destino: Ele existe?


Dia desses, visitando o Blog da atriz e modelo Fernanda Lima, li um comentário de uma visitante que incessantemente questionou-a sobre o DESTINO e se a mesma acreditava nele. A pergunta da visitante me pareceu interessante, já que percebi nela, asim que li, uma inquietação ligada a questão do coração. Nós seres humanos, estamos sempre procurando desculpas para justificar nossas carências afetivas, se aparece alguém que as sane logo chamamos de DESTINO, se não encontramos fazemos o mesmo, com uma diferença, esse Destino é o da eterna solidão. E era isso que estava por detrás da pergunta da visitante, ela buscava uma resposta que aquietasse seu coração, mas a atriz Fernanda Lima jogou-lhe um balde de água fria dizendo que não acreditava em destino e na forma como ele dispunha de nossas vidas. Talvez essa não fosse a resposta que a inquieta visitante gostaria de ter lido, mas foi a única que obteve da citada atriz. Como toda opinião é válida, devemos compreender e respeitar. Mesmo sem ter sido solicitada, vou tentar com o pouco conhecimento que possuo, contribuir para a questão, visando elucidar um pouco mais a problemática, muito embora sei que ambas as pessoas em questão não chegarão a ler esse pensamento.
DESTINO é o encontro entre tudo que há no cosmo, partindo do princípio que tudo no universo é regido por leis, quer sejam naturais, quer sejam divinas. Sendo assim, o encontro é fundamental para o aprimoramento de tudo que nele há, é após esses encontros que resultam os acontecimentos denominados por nós de bons ou ruins. Percebamos que para cada ação tem uma reação equivalente, é assim no universo e não é diferente com os seres humanos. Assim sendo, somos responsáveis por aquilo que fazemos. Brian Weiss, famoso psiquiatra, em seu livro as Mensagens dos Mestres, diz acerca do assunto:"Destino é o nome que se dá para os acontecimentos e sitiuações que escolhemos antes de nascer". Isso mesmo... escolhemos! o destino resulta das nossas escolhas, que são feitas após os encontros, às vezes as manuseamos de forma errada, encorrendo assim em dor e solidão, às vezes as manuseamos de forma correta, e somos acometidos por uma intensa sensação de prazer e felicidade.
Portanto, não busquemos culpar o destino por nossas escolhas, o nosso destino será bom ou ruim, conforme a utilização de nossas ferramentas, necessárias as escolhas, após cada encontro. Nosso DESTINO não será como Deus quiser como diz a canção de Simone, nosso DESTINO será como nós quisermos e isso vai depender de nossas escolhas.

"O que chamamos de coincidências na verdade são as impressões digitais de Deus."
(Brian Weiss, As Mensagens dos mestres)
SOL

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Curando Feridas:"Controle e Repressão"


Nada como iniciar o segundo mês do meu Blog com um tema bem interessante."Curando Feridas", controle e repressão, da Psicóloga Rosimeire Zago. Como eu havia prometido vou transmitir a vocês a re-leitura que fiz de parte do seu material, pois o assunto tratado é bastante vasto. Rosimeire diz que:"Controlar é muito diferente de reprimir sentimentos.Reprimimos quando não nos permitimos identificar o que sentimos, e Controlamos quando, apesar de identificarmos o que sentimos, conseguimos obter o controle deste sentimento". Sua teoria basea-se na criança, que quando não tem o comportamento que corresponde ao que esperam ou desejam dela, age de forma a ser aceita por todos, ainda que de forma inconsciente, criando um falso "eu" que chamamos de MÁSCARAS.
Esse tema é bastante vasto, observemos que a maior parte de nossa vida é pautada em função das MÁSCARAS. Concordo com a psicóloga quando diz que, agimos de forma a sermos aceitos por todos, já que reprimimos quem somos para dar lugar a quem não somos, nos tornando vulneráveis aos agentes externos, ficando a mercê de sua aprovação e reconhecimento. Cada vez que utilizamos as MÁSCARAS para reprimimos nosso sentimento, nos distanciamos mais e mais do nosso verdadeiro "eu", e criamos um "eu" que esteja de acordo com o que todos desejam.
No mundo em que vivemos quase é impossível não usarmos as MÁSCARAS, já que demonstramos a todo tempo uma necessidade enorme de agradarmos as outras pessoas, isso nos distancia da nossa real necessidade e nos afasta de nós mesmos. Enquanto não tivermos disposição para enfrentar quem realmente somos seremos infelizes sempre e as MÁSCARAS serão acessórios diários em nossa vida. Busque o caminho da felicidade, não a felicidade efêmera que nos rodeia, mas sim a felicidade que faz o caminho para dentro de nós mesmos, e quando chegarmos lá, experimente abrir-se de forma a trazer à tona o seu "eu" interior. Que tal fazermos isso?
O importante é identificarmos o que de fato nos incomoda e as MÁSCARAS que constantemente usamos para reprimir esse sentimento. Agindo assim, você buscará reunir o seu "eu" de forma a eliminar o uso das MÁSCARAS por completo, atente-se para o fato de que isso não se dará como no passe de mágica, mas sim como um processo de conscientização do "eu", onde ele empregará esforços na reunião integral de si(eu), aproximando-se cada vez mais do seu "eu". Como faço isso? Para que sejamos livres das MÁSCARAS, precisamos nos apossar do nosso "eu", e o caminho para chegarmos a ele é percorrendo o interior de nós mesmos, um caminho difícil, doloroso, mas a única forma de se chegar ao verdadeiro "eu".

"A pessoa controlada amarra bem suas feras interiores, mas a pessoa que faz reforma intima domestica essas feras..."
SOL