Em
2011 ao fazer um balanço da minha trajetória, publiquei aqui em meu
BLOG um texto intitulado de “Sem planos para 2012”,
onde ao invés de traçar metas, me permiti apenas receber da vida
uma folha em branco para que pudesse eu mesma reescrever minha
história no ano que se iniciava.
Pois
bem, de posse desta folha redigir a minha caminhada no ano de 2012.
Foram momentos de muita apreensão e de muita catarse. Para quem não
conhece esse termo digo que foi primeiramente cunhado pelo filósofo
Aristóteles, e significa: purificação
da alma por meio de uma descarga emocional provocada por um drama.
O que retrata na íntegra a minha história ao longo do ano que
termina. Vivi no limite dos meus sentimentos e por conta disso
necessitei reinterpretá-los a fim de aliviar-me. Por toda minha vida
me predispus a amar incondicional os meus entes e assim fiz. Fui na
minha inteireza para eles o que nunca fui para mim mesma. Durante
muito tempo eu não soube dizer o meu nome sem antes dizer o deles.
Até aqui, isso me deixava feliz, mas o tempo passou e com ele vieram
as mudanças. Os amados alçarão vôos distantes e eu fiquei
vendo-os partir. De inicio isso me incomodou muito e confesso que não
soube lhe dar bem com a nova situação. Magoei-me, foi inevitável,
porém tive que imediatamente encontrar uma forma de conviver com tal
sentimento. Pensei na folha em branco como solução de todos os
males. Escrevi nela várias e várias vezes uma frase de certo poeta
que sempre me visita nos momentos difíceis, Padre Fábio de Melo:
“Amar é levar
prejuízo o tempo todo, no entanto, a beleza do prejuízo está em
nos elevar toda vez que ele acontece!”.
Penso que isto é o melhor a fazer agora. Qualificar o meu prejuízo
e me reencontrar.
Amor
desmedido só para os poetas, não nego que exista uma beleza nesta
visão, mas ir além do que se é, traz também uma dor colossal.
Acreditei estar pronta para esse tipo de afeto, foi quando descobrir
que não estava, porém conviver com essa minha escolha tem sido o
maior dos meus desafios. A minha fé diz que, existe um
privilégio em tal sentimento, mas só quando se é capaz de amor
intensamente removendo os excessos. “Ser amado em excesso faz
tão mal quanto não ser”. (Pe. Fábio de Melo). Aprendi a
lição! O amor não se impõe, pois não é de sua natureza, o que
de fato é natural do amor é a sua capacidade de abrir caminhos!
Sigo
com a folha em branco no processo de redescoberta, reinvenção e
libertação do meu ser. Vez em quando precisarei fazer algumas
correções, apagar o que não faz sentido ou até mesmo virá-la
quando ambas não forem possíveis. O que não posso perder de
vista, são as possibilidades contidas nela. Possibilidades que me
farão aceitar com leveza o curso natural das coisas existentes no
mundo. Vou aparando as arestas, fazendo os ajustes devidos e
eliminando os exageros, vou reaprendendo ser quem sou para me
merecer.
Reitero
a minha proposta de nada de planos para o ano de 2013 e de
posse de minha folha em branco imaginarei as infinitas possibilidades
que me serão dadas neste novo ano. Novos contos que terei que escrevê-los no limiar da nova jornada. É claro, que no desenrolar da
minha escrita coisas irão acontecer, coisas boas e coisa más, mas a
beleza da folha em branco está na oportunidade de que, se o seu desejo não se realizar, uma nova chance surge para que você recomeçe.
Feliz
2013 a todos e não esqueça da sua folha em branco!
E
para você... o que lhe parece ser uma folha em branco? Com quantas
folhas em branco você já se deparou em sua vida e perdeu a chance
de escrever a sua história, que possivelmente é a mais importante
história que você tenha lido, ou poderá ler. Pois, através dela, você
possibilita que participem todos que acompanham sua existência. (O
fascínio de uma folha em branco... - Nelson Sganzerla).
Feliz
ano novo!
Solares