A capacidade de amar intensamente é privilégio de poucos! Solares

"Eu tenho a alegria de dizer, nessa vida eu levo prejuízo o tempo todo, mas eu me alegro em cada prejuízo que levo, porque cada vez que eu consigo amar sem interesses, cada vez que eu posso me doar para alguém é o meu coração que ganha em qualidade e humanidade!"
Pe. Fábio de Melo

sábado, novembro 24, 2012

Amanhecer parte 2 - Final épico que viverá para sempre!



 Alguém um dia disse que para escrever bem é preciso escrever sobre o se sabe: Isso é o que sei! O filme Crepúsculo Amanhecer parte 2 foi o melhor e mais emocionante da Saga.

Posso afirmar que a obra da escritora Stephnie Meyers trasnformada em película durante esses 05 (cinco) anos foi realmente a maior jornada, onde a aventura e a fantasia ganharam dimensões inimaginavéis. Evoluindo de um simples filme romântico adolescente para um filme que vale à pena ser visto. A típica história de amor entre uma humana e um imortal (vampiro) recebe neste final épico, uma dose magistral de ação, de comédia e de romance, ingredientes essenciais para os clássicos hollywoodianos. Fechando com chave de ouro e deixando para traz a ideia de apenas mais uma trama água com açúcar.

A história atual retomou o que evidenciei anteriormente em meu texto: A filosofia por trás do Amanhecer parte 1. A grande questão ética e moral do acordo de convivência entre os clãs inimigos naturais, o amor em sua melhor e maior forma, a amizade entre os humanos e entre os clãs levando-os a pensar na possibilidade que mesmo os inimigos podem se respeitar foram intensificados, nesta última projeção cinematográfica, vimos lobos e vampiros numa busca incessante em estabelecer uma nova lei que evitasse um embate entre eles, já que a lei anterior foi ameaçada pela gestação de Bella. A dúvida sobre a concepção da criatura levou a matilha a querer exterminá-la por acreditarem que ela oferecia perigo aos humanos, bem como aos seus integrantes. Mas, o imprinting do lobo Jacob pela recém-nascida, vampira – humana, Reneesme não só edifica a nova lei, como também a consolida. A pessoa alvo do imprinting de um lobo não pode ser tocada (lei absoluta deles). Agora, lobos e vampiros unem-se numa única crença, as diferenças naturais e de pensamentos ainda existem, porém vão sendo superadas e respeitadas a cada momento de convívio.

A proposta de união entre eles traz a perspectiva de uma relação mais próxima e íntima. Uma raça bem parecida com – A Raça Humana – mas bem diferente do que propõe a primeira por não admitir tal possibilidade. Para tanto, seria preciso que o respeito fosse à base imprescindível das nossas relações. Carecemos do entendimento de que é as diferenças nos tornam iguais. E de que neste novo modo de pensar não há mais espaços para as divisões, seja ela de brancos, de negros, de ricos, de pobres etc. Sabemos que somos diferentes, mesmo assim, queremos impor nosso modo de ser, de pensar e de agir aos integrantes da nossa espécie. É hora de reformular o nosso pensar. A solução está em nossas mãos por incrível que pareça. E se nos propusermos a isso então, a busca por uma sábia e extraordinária existência em sociedade, certamente chegará ao fim, como nos mostrou os personagens da fictícia trama. Para nós, meros mortais, não há nada de irreal nesta proposta. Somos capazes de firmar acordos e respeitá-los também. Você duvida que isso é possível? A narrativa literária nos conduziu por caminhos de possibilidades, do inimaginável, e o que seria da nossa humanidade sem as possibilidades? O clã dos vampiros não desfrutava delas, pois se mantinha estagnado no tempo por conta da imortalidade. Mas, foi com eles que tivemos o maior aprendizado. Preservaram em si o resto de humanidade que ainda possuíam. E apesar de passar pela vida sem se modificar fisicamente, a possibilidade de alteração esteve presente no aprimoramento do nível da consciência. Ninguém soube respeitar melhor a humanidade da personagem Bella e a falta de maturidade de Jacob como os vampiros da Família Cullen (Edward, Carlise, Roseli, Esme, Emmet, Jasper e Alice).

Com os lobos, aprendemos a exercitar nossa humildade. E não foram poucos os momentos que vimos Jacob ceder aos vampiros, embora não reconhecesse isso de forma consciente. Porém, na segunda parte da história, ele passa a ter esta noção quando se apaixona pela filha de Bella e Edward, percebendo que não há mais pelo que lutar, pois o amor venceu. Novamente, o rito de passagem da fase adolesceste para a fase adulta vem à tona. E quem não passou por ele? Crescemos com Jacob ainda que ele relutasse. Crescemos com Edward na sua forma “chata” de ser maduro o tempo todo (meio démodé) e crescemos e nos identificamos com as indecisões e dúvidas irritantes da humana Bella e muitas vezes a odiamos por isso, mas enfim, as escolhas fazem parte de nossas vidas. Precisamos escolher bem. Fazer opções com as quais possamos conviver. Até aqui, penso que eles souberam fazê-las adequadamente e conviveram da melhor forma possível com elas. Errando... acertando... escolheram! E nós. o que estamos fazendo com nossas escolhas? Estamos convivendo bem com elas?

O impressionante e emocionante de chegar ao desfecho do drama lendário, é perceber que os princípios e valores tratados por ela em momento algum, foram quebrados. Nem mesmo quando Bella decidiu ser vampira, nem mesmo quando ela foi transformada, nem mesmo quando ambos os clãs tiveram que se unir novamente para defender a integridade, desta vez da vampira-humana Reneesme das investidas dos Volturi (Clã mais antigo líder da sociedade dos vampiros) que acreditam que a criança foi transformada e não nascida (fato este, quando praticado incorre na infração de uma lei máxima deles, a de nunca transformar uma criança em imortal). Enfim! Com as leis preservadas não havia razão para uma luta, muito embora essa nunca fosse à intenção deles, mas se o combate fosse iminente, que ele de fato acontecesse pelo cometimento de um crime (quer seja pela quebra de uma lei, quer seja por transformar uma criança em imortal, ou seja por lobos e vampiros se aliarem...), porém nunca por um motivo fútil, proposital ou mesmo para satisfazer o ego doentio, vaidade de um determinado clã em sobrepor a outro, ainda que por motivos torpes. Este foi o ponto alto da Saga Amanhecer parte 2, que fará dela o final épico que viverá para sempre!

Fazia tempo que não me emocionava e não via uma platéia tão emocionada quanto a que vi no dia da sua pré-estréia. Estávamos de alma lavada. Estávamos completos e inteiros. Embora nossa sessão fosse às 00h01min do dia 14 para o dia 15 de novembro, não estávamos com sono, e sim, atentos a cada cena. Choramos, vibramos, e nos entristecemos por saber que seria o fim da franquia. Mas apesar do sentimento de orfandade, fica a certeza de que, até aquele momento, tudo valeu à pena. A Mitologia Crepúsculo marcou a minha vida não só pela boa narrativa explorada a cada sessão fílmica, mas também por me proporcionar bons momentos ao lado dos meus sobrinhos que junto comigo embarcaram nesta jornada e me ajudaram a construir este pensamento, interagindo, trocando idéias e aclarando as que ainda não estavam evidentes quando surgiu a proposta de escrevê-las. Obrigada Rafa, Bea, Bia, Jéssica e Lipe, por ter viajado comigo nesta odisséia cheia de aventuras e histórias extraordinárias, cada filme ficou muito melhor e mais estimulante quando juntos estávamos. Vocês estarão para sempre na minha vida. Deus sabe o quanto eu os amo. Saibam que, dentro de cada palavra aqui relatada, existe um pouco de vocês. Esse texto não aconteceria sem esses momentos marcantes. Valeu!

É impossível descrever o sentimento que me toma ao final da trajetória percorrida na segunda parte do filme Amanhecer, pois nela reafirmei todos os princípios e valores edificados por minha mãe a mim nesta minha existência. Eles não saem de moda. São como passaporte para a jornada de cada um de nós aqui na terra. As nossas escolhas favorecem a passagem das etapas da vida. Se bem escolhidas, recebemos o visto que possibilitará novos conhecimentos, crescimentos e aprimoramento ao Ser Humano.

Tecer comentários sobre a produção cinematográfica, penso que não se faz necessário neste momento, já que em meu primeiro texto discursei sobre eles. Retomá-los seria enfadonho. Sem falar que o livro (obra original) não se divide em duas partes que se completam, mas sim em partes que se fecham como um ciclo e apesar de distintos, o enredo e conteúdo são os mesmos fidelizados pelo cinema. Contudo, não posso deixar de destacar alguns momentos considerados por mim, como cruciais: 1º ) A adaptação de Bella a sua nova existência como vampira; 2º) A mega produção da quase luta entre os Volturi e os defensores da pequena Reneesme e 3º) Retorno da música ”A thousand years” que contém em suas letras todo o sentimento de Edward na esperança de encontrar sua amada. A letra sofreu uma pequena modificação em algumas de suas estrofes para poder relatar, desta vez, a satisfação e alegria do vampiro em ter a sua amada “FOREVER” – Para sempre! Além da participação especial de Steve Kazee, o que é justificável já que a música traz uma perspectiva masculina ao narrar a história de amor de Edward por Bella.

  



A música A thousand years - Amanhecer parte 1- Versão original - Tradução -Chistina Perri







A música A thousand years - Amanhecer parte 2 - Versão original - Tradução - Christina Perri e Feat Steve Kazee.

 


Curtam as duas versões!



 Estas foram as minhas considerações finais sobre A Saga.

Bom, isso é tudo que acredito saber! Se para escrever bem é necessário ter propriedade sobre o assunto, então, talvez eu deixe a desejar em alguns aspectos, já que ninguém pode falar de tudo com total conhecimento de causa. O que me faz lembrar aos que irão ler esse texto, que tudo que expus percorreu o tema central da história principal, mas as conjecturações constantes nos dois textos nasceram do pensamento original desta que vos escreve, eu! E que em nenhum momento busquei a absolutez desta verdade que é minha. Desejo sim, que vocês possam encontrar nas entrelinhas da minha tese pontos comuns a nossa condição humana e que por fim, se reconheçam nelas como seres que estão em constante processo de feitura. Precários, porém sedentos de possibilidades que melhorem o nosso modo de ser e conviver com os diferentes da nossa grande RAÇA chamada de HUMANA. 
 

Por fim, deixarei o julgamento para os que, por alguma razão, resolvam se aventurar nesta escrita. Espero que ao fazê-la, encontre na Saga Crepúsculo um sentido, senão na sua vida, que seja na sua forma de pensar. Ao contrário dos vampiros, eu sofro com as ações do tempo. Todos mortais sofrem. Nos modificamos fisicamente (essência precária) e às vezes não estamos satisfeitos com o resultado da matéria desgastada por ele. Alguns resolvem isso recorrendo às plásticas, mas, mais do que se modificar materialmente, quer seja de forma cirúrgica, ou através da aceitação do que é natural, é compreender que a maior e melhor transformação do ser acontece quando a consciência (essência eterna) se sobrepõe a todo o resto trazendo sentido a todos os recônditos.

Dedico este texto aos meus sobrinhos citados anteriormente e aos meus amigos que viraram meus fãs e que me ajudaram na sua edição, correção para que enfim pudesse publicá-lo. Meireles e Veloso. Valeu galera!

Solares


A filosofia por trás do Amanhecer parte 1 - Reedição



Não poderia deixar de registrar aqui meus comentários acerca do novo filme da Saga Crepúsculo:Amanhecer parte 1, que estreou no dia 18/11. Como toda boa estréia, não faltaram os fãs fervorosos, filas imensas e gritos histéricos, tudo isso para prestigiar o evento mais esperado do ano: O casamento de Edward e Bella.

Eu, como fã e admiradora da obra literária de Stephenie Meyer, não podia deixar de comparecer ao evento, só que a minha tarefa é um pouco diferente da de vocês, é muito espinhosa, pois desde a primeiro franquia senti a necessidade de registrar em meu Blog pensamentos críticos e curiosos acerca da trasnposição da obra-prima para a película.

Como filósofa, o meu olhar cinematográfico não se prende somente ao romance entre os personagens, muito embora a linda história de amor entre a mortal Bella e o imortal Edward sempre foi o seu ponto mais alto. A beleza da projeção vai além disso. E é sobre o diferencial contido neste romance que pretendo discursar. Neste momento, a fã incondicional, sai de cena para dar lugar ao olhar crítico da pequena filósofa.

Para começar, Amanhecer parte 1 superou as minhas expectativas. Ouso dizer que para mim este foi o melhor filme até agora. Para tanto, irei destacar alguns pontos que reforçam essa minha afirmativa. 

1. A divisão do livro em duas partes Ao iniciar a minha análise crítica, destaco a ideia visonária dos produtores em dividir o conto fabuloso em duas partes para o cinema. Estratégia essa que foi muito mais pelo valor milionário que a franquia renderia do que, pela falta que faria aos seus fãs. É importante ressaltar a necessidade desse artifício nas telas. Embora não exista em livro Amanhecer parte 1 e 2, a obra condensa em si dois momentos distintos, porém essenciais ao desenrolar toda a trama. Talvez, arriscar seu final num pequeno espaço de tempo poderia comprometer toda a Saga. Com riqueza detalhes o livro aborda dois pontos no tempo: 1. o Nascimento da vampira-humana Reneesme; e 2. A adaptação de Bella à sua nova existência como imortal. O primeiro, é narrado pelo lobo Jacob e o segundo pela vampira Bella. Ambos fidelizadospelo cinema.

2. O evento mais esperado do ano: O casamento de Edward e Bella O acontecimento mais aguardado por todos foi de muita emoção tanto para o público quanto para o elenco, isso podia ser percebido no transcorrer das cenas do casamento. Foi muito bom ver seus preparativos e sua realização que teve como cenário paisagístico um ambiente natural, propicio aos noivos que transbordavam de felicidade, bem como todos os presentes. A beleza estética do cenário não deixou passar nada despercebido, os arranjos que caíam do alto formavam uma espécie de tenda para proteger a família Cullen do sol, pois o casamento tinha que acontecer num dia ensolarado. Mas, o detalhe mais importante foi identificar em meio aos convidados, a presença daquela que jamais poderia deixar de comparecer ao tão falado casamento: Stephenie Meyer, a idealizadora da trama. Tudo estava perfeito.

3. A lua-de-mel de Edward e Bella no Rio de Janeiro – Muito se especulou sobre como seria a lua-de-mel dos dois. O público angustiado, imaginava que a primeira noite deles fosse bastante ousada. Mas tudo correu como planejado pela autora da fábula, que temendo a inserção de elementos picantes à relação intima do casal, e que estes pudessem comprometer a sua inocência, supervisionou de perto a sucessão das cenas. Essa postura garantiu a exatidão de sua narrativa. A surpresa ficou por conta da descontração do vampiro Edward (comportamento raro) e da tímida Bella em mostrar o seu lado sensual. Penso, que a postura da escritora em resguardar a ingenuidade daquele ponto no tempo, foi uma atitude bastante inteligente. A inexperiência dos noivos os levou a descobrir o amor físico dentro de uma perspectiva poética. O desejar. Se este é uma questão meramente humana como traduzí-lo aos olhos de um imortal?

Na série, essa é a minha temática prefrida. As questões que dizem respeito à humanidade e que são manifestadas por diversas vezes pelo vampiro Edward, que senti e deseja, como se humano fosse. Enquanto Bella renega essa condição por querer ser uma vampira. Sem falar na tentativa dele de dissuadí-la dessa ideia expondo os dissaboreces em ser um imortal. (tese 1)

4. A trilha sonora do filme Excelente!. A sonoplastia congregou as músicas dos 03 (três) primeiros filmes neste. Nos fazendo reavivar todos os acontecimentos importantes envolvendo Bella e Edward do antes até o agora. E não fomos furtado de ouvir, quando o casal faziam seus votos, a música, Bird, American Mouth”, a mesma que os embalou no final da primeira fita. Excelente percepção dos produtores, que ao trazer à tona tais músicas, nos proporcionou a visualização em sequência de cenas inesquecivéis, projetadas à dinâmica evolutiva dos personagens. As músicas, A Thousand Years (Christina Perri) e Turning page (Sleeping at last), inéditas, se juntaram as demais e trouxeram a ávida tarefa de esboçar em suas letras todo sentimento do vampiro pela sua amada mortal, narrando os seus 100 anos de agonia para enfim encontrá-la. Novamente uma perspectiva humana se manifesta através dos sentimentos de um vampiro. A esperança e a crença de que um dia encontraria a sua amada foi o que justificaram a sua existência e a tornou extraordinária. Nada o fez mais forte que o coração frágil de Bella. O interessante dessas canções é que elas trazem em em si trechos de falas de Edward, proferidas ao longo da Saga.



Vocês devem estar se perguntando como é que percebi tudo isso em uma música literalmente em inglês? Essa é uma das vantagens de se assistir a filmes legendados, não se fica totalmente analfabeto da língua inglesa...


5. A originalidade da narrativa – Aqui vai a minha mais profunda análise. Quero destacar a audácia e a proeza dos roteiristas que souberam como ninguém transformar uma simples narrativa em diálogos eloquentes e consistentes. Como comentei anteriormente uma parte do livro é narrada por Jacob e a outra por Bella, o que às vezes se torna um tédio. Mas, a estratégia desses profissionais, em transformar relatos simples e por vezes densos em diálogos crescentes, criativos e de conteúdos fortes, enriqueceu e muito a trama, o que me fez conferir a ela, o status de melhor conteúdo explorado até agora, preservando assim, a originalidade dos livros. A maestria e concretude das palavras proferidas aliadas as performances dos atores deram ao filme uma grande proporção.

6. A surpresa do personagem Jacob – Confesso que foi a minha mais difícil análise. Discorrer sobre a figura do drama Jacob, que passou pelas 03 (três) séries, só tirando a camisa e exibindo seu lindo peitoral e se mostrando imaturo, foi a tarefa mais árdua que tive de fazer. Pensei que ele estaria fadado a este estigma para sempre. Mas, aí fui surpreendida! O ator Taylor Lautner finalmente pôde mostrar a que veio. Foi dele a maior parte dos diálogos eloquentes e consistentes e não poderia deixar de sê-lo, já que este é o narrador da primeira parte. Mas o seu diferencial não se firmou apenas aí. Surgiu na sua postura, desta vez, mais centrada capaz de defender até seu pior inimigo, o clã dos Cullen, em prol de um bem maior, Bella. Desta vez, vimos o lobo Jacob mais maduro, melhorado, sem aquele ar cínico e irônico de antes e pronto para abrir mão da sua mada pela primeira vez. A carga emocional transferida a ele através das conversações, fez do seu personagem a pessoa de maior destaque na intriga, além de ter sido mais valorizado em cena. Ao rebelar-se contra seu próprio clã, os dos lobisomens, Jacob declara sua maior idade e se mostra adulto quando não mais aceitar as ordens do Lobo Alfa, chefe da matilha, e decidindo por si mesmo que é hora de fazer a coisa certa. Ao fazê-lo, uma perspectiva ética e moral é postulada. O inimigo natural dos vampiros, sai em defesa detes e da preservação da vida de Bella, o que não é muito comum entre os clãs divergentes. Esta é outra temática bastante interessante as er explorada.

"O rito de passagem da fase adolescente para a fase adulta", o momento de abandonar a criança que existe dentro de você para poder então, assumir responsabilidades, fazer escolhas. Uma visão muito interresante do crescimento humano na obra da autora. Para Jacob que vive isso com muito sofrimento, a chegada da maior idade, se revela nas questões existenciais através dos conflitos, próprios da idade, naas disputas, nas perdas, nas conquistas e nas escolhas que definem quem realmente somos. Experiência essa, que ele consegue passar com êxito, porém não lidar bem com suas escolhas. Na verdade não é o amor por Bella que o move e o faz descobrir sua real essência, mas sim, a disputa com Edward, seu maior inimigo. É no território inimigo do não humano que a humanidade de Jacob se manifesta. (tese 2)

7. O embate entre os clãs – Agora visto de forma mais visível. A disputa de interesses entre os clãs dos lobos e dos vampiros torna-se o ponto de maior tensão. Inicialmente nas 03 (três) narrativas, vimos que entre eles existe um acordo pacífico de convivência, que encontraram nas diferenças um meio termo de uma relação possível num território de rivalidades. Mas, no Amanhecer parte 1, essa relação é ameaçado pela gestação de Bella. Os vampiros buscam proteger a sua humanidade convencendo-a a não levar a gravidez adiante com a ajuda de seu amigo lobo. Já a matilha resolve, diante do perigo iminente, ignorar a humanidade da heroína já que o feto a esta matando, em prol de algo maior: proteger a raça humana e a sua espécie. Eles acreditam que a escolha de Bella, em ter o bebê, pode ser uma ameaça a humanidade. Ergue-se então, o conflito de interesses. Qual será o destino da convivência pacífica agora? A possibilidade da quebra do acordo não invalida a perspectiva ética e moral entre as famílias. Os interesses agora são distintos, e embora estejam divergindo, lobos e vampiros não comprometem seus princípios, dentro daquilo que consideram ser o certo. Faz-se necessário, um novo meio termo. Que faça com que os pontos convirjam novamente, e que possa por fim ao conflito, ora estabelecido. Por certo, ele chegará com o nascimento de Reneesme, a vampira-humna, filha de Edward e Bella. A retomada dos valores morais será o ponto chaveda próxima película.

A ética e a moral fazem parte de um acordo de convivência entre humanos e não-humanos, mas são os não-humanos (vampiros) que dão um show de dignidade, decência e moralidade, praticas que não fazem parte da sua natureza, mas que eles têm como exemplo a ser seguido. (tese 3)


8. O “Imprinting de Jacob” - Quem diria que a vampira – humana, Reneesme seria o ponto convergente da pacificidade entre os grupos. É com ela que Jacob acaba tendo o Imprinting. Imprinting é uma espécie de amor à primeira vista, acontece quando um lobo encontra sua "alma gêmea". Coisa rara de acontecer, mas quando ocorre é irresistível. O lobo tocado dessa forma, não consegue sair de perto da pessoa com quem tem a ligação. Esse sentimento o levará a querer protege-la e por ela será capaz de tudo, até mesmo de romper com sua matilha. Jacob, a priori, tenta matá-la por acreditar que esta foi a causadora da morte de Bella, quem ele pensa amar. Mas, ao ir ao encontro dela, e ao olhar-lhe nos olhos, é acometido por um sentimento mais forte que tudo. Nesse momento ele passa a entender o significado do verdadeiro amor. A pessoa alvo do Imprinting não pode ser tocada, nem mesmo a matilha pode machucá-la. Esse o meio termo do qual, os clãs necessitavam para por fim ao conflito. Por conta disso, uma nova relação harmônica se ergue.


Daqui para frente nenhum integrante da matilha poderá atentar contra a vida de sua protegida (lei absoluta) e da família dela, neste caso os Cullen. Ele ficará ao lado dela e a defenderá com o risco da própria morte.


No filme que se segue (Amanhecer parte 2), Jacob estará mais que unido aos Cullen na defesa das sua pequena contra clã mais antigo, líder da sociedade dos vampiros, os Volturi. Que não acreditam que Reneesme foi gerada, mas sim transformada, o que não é permitido segundo as leis deles. É proibido a qualquer vampiro transformar uma criança, pois esta não é capaz de guardar em segredo a sua verdadeira natureza. Está por vir um novo embate, só que desta vez o clã adversário é os dos Volturi. Lobos e Vampiros unidos novamante, em prol de um bem comum: Reneesme. O acordo de convivência dos dois grupos, no segundo filme da franquia, atinge seu ponto mais alto, os interesses convergem para algo comum as família (Reneesme), mas uma aliança entre elas pode a quebra de uma lei ainda maior para a sociedade mais antiga dos vampoiros (Volturi). Esperemos ansiosos pelo Amanhecer parte 2!
  

Como o amor sempre foi o ponto mais alto da história, será por ela que se dará a união dos clãs, a disputa da posse dele deixará de existir e o território inimigo torna-se-á o palco de um banquete onde o amor será a maior de todas as manifestações humanas e não-humansa. (tese 4)


Mas o que é que a Saga Crepúsculo tem de interessante?

Muitas pessoas me perguntam o que tem de tão especial nela, e o que me faz uma professora de filosofia gostar tanto já que os personagens principais são figuras lendárias saídas do imaginário humano. Afirmo que o meu gostar perpassa o horizonte da temática juvenil do conto fabuloso para alcançar a narrativa literária que nos remeter a aprendizados. Aprendizados professados por criaturas que não existem e que buscam de toda forma encontrar um código de conduta para a convivência entre elas, ou melhor, entre os inimigos naturais (lobos e vampiros). Se voltarmos um pouco mais para a obra principal iremos perceber que tal código sempre esteve ao lado desses seres. A humana presente na intriga deixa um pouco a desejar já que renega sua condição por desejar ser como seu amado. Ele, por sua vez, deseja que a sua amada preserve essa condição, valorizando e dando a devida importância àquilo que um dia ele foi.

Esta consciência explicitada pelo Vampiro Edward é algo próprio da natureza humano, o que se espera de um vampiro é que ele exerça o seu instino natural e não o extraordinário. Mas essa prática parece ser algo inato a ele, enquanto que para nós humanos, mantê-lo adormecido parec ser o melhor para nós. Se algum dia a involução humana fosse uma possibilidade a nossa existência, ariscarria dizer que estamos perto dela diante do que aqui expôs. Humanos evoluem em escala, sers mitológicos não. Essa hipotése trazida pela autora Stephanie Meyers, foi muito interessante e reflexiva para mim, essa suposição me leva a pensar que se verdadeiro for todas as minhas teses, então um dia, principios e valores, fatores meramente humanos, serão suscetivéis à compreensão por parte dos animais irracionais. (tese 5)

O outro ensinamento fica por conta do AMOR. O amor de Edward por Bella, fez dele um romântico incorrigível, comportamento que nos dias atuais está fora de moda. A expressão máxima do amor foi eternizada pela sua figura. Quem não desejou ser amado daquele jeito? Numa atitude altruíta de devolver a sua amada a ela mesma quando a renunciou, quando a deixou em prol da sua segurança e quando até mesmo não se comodou quando ela ficou indecisa entre ele e Jacob... O vampirinho camarada depretenciosamente nos ensinou a verdadeira face do amor e passou a ser o cara mais desejado da indústria cenográfica. E ridicularizado por isso também!

O amor pleno de Edward é classificado por mim como o “mito do amor romântico”, que representa aquilo que se deseja, mas que se torna impossível de ter. Com base nisso, acreditamos que o amor ideal jamais se trona real. Isso porque a nossa concepção sobre ele, parte de uma compreensão de perfeição. Isso é típico das mulheres que querem muito o “Edward - o perfeito”, mas por ele não existir, ficam com o “Jacob - o imperfeito”, o primeiro ama incondicionalmente o segundo egoisticamente. Optamos pelo amor egoísta na esperança que o amor perfeito um dia aconteça, mas ele nunca virá se assim estiver pautado. Dessa forma, só fragilizaremos ainda mais as nossas relações que resulta de um sentimento líquido. (tese 6)

Considerações finais

Mas sabe por que eu gosto mesmo da saga Crepúsculo? Porque ela retomar a minha humanidade por vezes negligenciada, e pela ideia despretensiosa da autora em trazer à tona temas próprios da nossa natureza humana, vistas por uma ótica nada humana, nos permitindo, assim uma reflexão profunda acerca da prática daquilo que via de regras nos pertence naturalmente. Ao transferir princípios meramente humanos a criaturas do seu imaginário, a referida escritora busca, acredito eu, despertar em nós a necessidade de retomá-los para que possamos, um dia, sermos merecedores de uma convivência pacífica entre seres da mesma espécie, ainda que em territórios diferentes. As diferenças existem isto é fato. Não há entre nós clãs diferente ou fictícos, mas existe um clã evidente, o da raça humana.

Mas, infelizmente insistimos na disputa sem sentido, e nos tornamos uns inimigos dos outros dentro dele. Fragilizamos os nossos sentimentos e os elevamos ao patamar de platônico, sentir é vergonhoso, inalcançável, ainda mais dessa forma proposta pela figura lendária do vampiro Edward. Ninguém quer ser mais o último romântico, por medo de cair no ridículo e se expor de forma humilhante. Quem diria que o amor fosse se tornar sinônimo de humilhação! Fragilizado os laços, sejam eles, amigáveis, amorosos, sociáveis, cai-se naquilo que chamo de desuso e por fim o inevitável acontece... A decretação da falência, por completo de tais sentimentos, tudo pela falta de um meio termo que pacifique a nossa convivência meramente humana. Vendo por essa ótica percebo que estamos longe do proposto pelas figuras ilustres (losbos e vampiros) do filme. E continuamos caminhando rumo ao inalcancável!

Eu acredito que um dia, seremos capazes de abarcar os ensinamentos contidos na obra da escritora Stephenie Meyer e compreender que é nas diferenças que crescemos. Isso aconteceu com Jacob e Edward que sempre margearam o limite do acordo, sem nunca terem comprometido suas posturas. Com o acordo entre suas famílias, eles puderam amadurecer ao longo da história, nenhum dos dois é o mesmo desde então. A convivência harmônica entre os diferentes é possível desde que respeitemos nossos limites e os dos outros. Acredito também que o amor ideal possa uma dia se tornar real dentro da aceitação dos limites humano. Aquilo que se aspira, poderá um dia ser concreto quando não mais confundido com perfeição. O que se quer é possível desde que visualizemos os limites uns dos outros e os aceitemos, então o imaginado sai da ideia e se torna realidade. Diferente da perfeição, que não admite a visualização de um fator limitador, pelo contrário, só permite a contemplação do que é perfeito, sem deformidade. Bella escolheu o desafio de tornar o seu ideal real, optou pelo amor de Edward, o perfeito com limites ao invés do amor fragilizado de Jacob. É o desejo tomando forma no campo da impossibilidade.

Se você compreendeu que a forma certa de amar é aquela em que libertamos o outro mesmo que isso nos doa, que amar é devolução do ser a ele mesmo o tempo todo, que vale à pena manter intacta certas regras (valores morais), então, a narrativa literária cumpriu o seu papel. Experimente fazer disso algo concreto, presente, consistente e uma constante em sua vida, talvez, quem sabe um dia, você seja surpreendido com um sentimento maior e mais forte que tudo chamado de “Imprinting”.

A saga Crepúsculo é um misto de situações que se bem compreendidos podemos, dela tirar as melhores lições. Ela está longe de ser um conto meramente juvenil, é mais um manual de possibilidades desafiando a impossibilidade, pois aborda temas existenciais mesclados aos imaginários, sem, contudo desprezar o perecível. O rito de passagem da infância para a fase adulta, as disputas, as conquistas, as perdas, a descoberta do amor, o poder como forma de opressão, os valores morais, tudo condensado no território das escolhas humanas. Fazer escolhas também favorece ao rito, pois ao fazê-las toda sua vida será transformada, quer seja com coisas boas ou ruins, tudo isso faz parte de um aprendizado, é o amadurecimento tomando seu lugar. A escolha é uma via dupla, não tem como fazê-la sem que tenhamos uma conseqüência, portanto faça escolhas com as quais possa conviver. Essa é a maior lição que tirei de todo esses acontecimentos.

Bem essas foram as minhas considerações acerca do novo filme da Saga, espero que tenham gostado dos comentários. Para aqueles que ainda não assistiram ao filme dois conselhos: 1. Assista somente a filmes legendados, pode ser chato, mas, traduzem melhor sua essência; 2. Nunca assista a um filme sem antes se perguntar o que ele pretende lhe revelar, para isso utilize a dúvida metódica do filósofo Descartes, divida seus questionamentos em quantas partes forem necessárias, demore seu olhar naquilo que é importante compreender na película, busque o pano de fundo e observe seu desenrolar, preste atenção nos diálogos às vezes em 15 minutos de fala traduz-se toda uma trama e por fim, esqueça toda a tecnologia que o filme te oferece, desnude-o, declare sua nudez, enxergue além daquilo que está posto, deixe de ser um simples expectador para ser um observador. Lembrem-se, os filmes atuais são os maiores veículos de fabricação de massa, fazedores de senso comum. Não leve para o templo do seu saber esse senso comum, não permita que a visão unilateral de um conhecimento fabricado tome conta de você. É isso...
Até a próxima!
Solares
"Não despreze nenhuma forma de conhecimento, ainda que lhe pareça fútil e débil. São nas perspectivas fúteis e débeis que pedras preciosas costumam se esconder. Nada é tão imbecil que não contenha em si um elemento inato pronto para ser despertado e apreendido."

Solares

"A infância não vai do nascimento até certa idade, e a certa altura a criança está crescida, deixando de lado as coisas de criança. A infância é o reino onde ninguém morre." (Extraído do livro amanhecer)

Edna St. Vincent Millay