A capacidade de amar intensamente é privilégio de poucos! Solares

"Eu tenho a alegria de dizer, nessa vida eu levo prejuízo o tempo todo, mas eu me alegro em cada prejuízo que levo, porque cada vez que eu consigo amar sem interesses, cada vez que eu posso me doar para alguém é o meu coração que ganha em qualidade e humanidade!"
Pe. Fábio de Melo

quinta-feira, outubro 30, 2008

A SUSTENTÁVEL LEVEZA DO SER

Não há nada mais envolvente do que a aventura de ser gente. Saber ser gente implica em leveza... implica em tornar sustentável a nossa existência na terra. Não sabemos quanto tempo dispomos neste planeta, que embora, diante das atrocidades que vivenciamos, acredito ainda ser propício a existência humana.

Não é fácil viver no planeta terra, e nem poderia, qual a graça que teria se tudo na terra fosse um paraíso que nem o vivido por Adão e Eva no inicio dos tempos? Deveria ser um tédio não ter um Shooping Center por perto, não ter um cineminha com tela 3D não é? A mística da vida consiste na diversidade e conflito próprios da existência humana, não há vida bem vivida sem a experiência sofrida por cada um de nós.

Sei que aos nossos olhos, viver parece ser algo incoerente, já que a violência insiste em nos amedrontar, insiste em despertar em nós uma falta de esperança na vida e nos seres humanos... uma apatia do ser. Apesar da violência insistir em fazer parte do nosso dia-a-dia, não deixo que ela destrua a fé que tenho no planeta terra, na existência e nos seres humanos. Ao invés de ficar lamentando aquilo que não deu certo, busco fazer dar certo aquilo que ainda está por vir substituindo as coisas ruins pelas coisas boas. Aí você pode me perguntar: Quais são as coisas boas em meio as coisas ruins? E eu lhe digo: Coisas boas acontecem todos os dias, só que não dão IBOPE estamos acostumados a receber coisas ruins como sendo coisas boas, fazendo delas um acontecimento normal e banal... É assim com a vida... tão banalizada nos dias de hoje, aquela frase; "Para morrer basta estar vivo", nunca foi tão própria na nossa atualidade. Isso é uma pena...

Eu gostaria, se Deus pudesse me permitir, mostrar a beleza da vida, nem que fosse por um minuto, pelas lentes dos meus olhos... Ah! você imediatamente retomaria a esperança que você engavetou só porque a mídia lhe disse que não vale à pena viver... você buscaria tornar mais leve e sustentável a sua existência cultivando coisas boas no lugar das ruins... você contagiaria com seu amor as outras pessoas que tem a vida como um fardo e às vezes, ela se torna tão pesada e insustentável, que livrar-se dela parece-lhe, no primeiro momento, um meio de tornar-se leve... Ah! se eu pudesse... te mostraria, mesmo que por alguns segundos, pela lente dos meus olhos, o quanto a vida vale à pena ser vivida, ainda que a violência insista em se instalar... mas lhe digo: ela só irá se instalar se o seu desejo de viver não for razão suficiente para você lutar pela sua existência... falo de uma luta... não uma luta qualquer de uma existência sem sentido, mas sim, de uma luta que resulta em uma existência significativa, capaz de despertar nos outros a vontade de correr riscos, pois só correndo riscos na vida é que saberemos se ela vale realmente à pena... e acredite ela vale muito à pena!... te digo,por experiência própria, pois, por mais conflituosa e difícil que ela tenha sido ou seja para mim, eu não desanimei em nenhum momento, muitas vezes caí, mas logo em seguido me levantei e ao levantar-me a forma de ver a vida tinha um significado diferente que tinha antes de cair... assim como agora... estou no chão... mas não vejo a hora de levantar-me novamente e enxergar esse novo aprendizado que Deus está me proporcionando, tenho certeza que a lição será a mais bela de todas, porque não importa como meu coração esteja agora, e com certeza ele está em mil pedaços, sei que o mundo não irá parar para que eu o conserte... eu terei que juntar os caquinhos na dinâmica dos fatos que neste momento se revelam a mim.

É assim que torno mais leve o meu ser e a minha vida mais sustentável. Em meio a tantos absurdos busco dar sentido aos fatos já que não posso modificá-los. Faço da esperança a minha fonte de vida sem a qual não seria possível existir, não ter esperança é a mesma coisa que deixar de existir, já que vivemos porque ainda há esperança. Portanto, enquanto viver haverá esperança, e como dizia Scarlett O'hara em ... E o vento levou..., amanhã é outro dia...

"O choro pode durar uma noite... mas a alegria vem pela manhã... o amanhã será melhor, bem melhor, pois o senhor teu Deus cuidará de você. "

Acredite Ele sempre cuida!
Deus é capaz de trocar reinos por ti, abrir mares pra que possas atravessar e se preciso fosse daria novamente a vida por ti, Deus só não é capaz... de deixar de ti amar. (pe. Fábio de Melo)

Viver é sempre a mais sábia das escolhas

Linda Solares

P- S - Dica de livro: "Quando o sofrimento bater à sua porta", o novo livro de pe. Fábio de Melo, excelente!

sexta-feira, outubro 17, 2008

As Pontes de Madison

Depois de ficar buscando sentido para o absurdo ocorrido no confronto entre a polícia militar e polícia civil em São Paulo, resolvi refrescar a cabeça assistindo a um belíssimo filme. As Pontes de Madison. Mas como sempre, ao assistir a um filme, sempre faço uma análise posteriormente, com As Pontes de Madison não poderia ser diferente. Para tanto, foi necessário uma avaliação criteriosa do citado filme, sem contudo, inferir a ele nenhum julgamento motivado pela moral e pelo preconceito.

O filme narra a história de amor inesperada entre as personagens de Francesca (Mary Streep) e Robert (Clint Eastwood); ela, Francesca, é uma mulher de fazendeiro, e ele Robert, um fotográfo, famoso e viajado, à serviço da revista geográfica. Os seus caminhos se cruzam e entrelaçam de uma forma que os marcará eternamente. Quando Robert, vai ao condado de Madison para fotografar suas famosas pontes, é desviado do caminho se perdendo e entrando acidentalmente na fazenda de Francesca. Chegando lá, depara-se com Francesca que está às voltas com seus afazeres domésticos. Francesca é uma simples mulher que só conhece seu pacato mundo e que naquele momento acabara de se despedir de seu marido e filhos que saíram em viagem de quatro dias a uma feira agropecuária em outra cidade.

Ao pedir informação a Francesca, ambos são reunidos por uma experiência amorosa que os marcará por toda suas vidas. Neste momento, tem-se inicio a uma das mais belas histórias de amor vivida em quatro dias, história essa que levantará questões polêmicas com relação a traição, amor, respeito, sacrifício, oportunidades e perdas.

Ao assistir ao filme, busquei avaliar as questões acima, dentro de um ponto de vista racional, emocional e ético, favorecendo a outras pessoas que assim como eu, buscou uma compreensão mais clara do enredo que permeia as personagens, sem contudo inferir comentários levianos e preconceituosos nas atitudes manifestadas pelos protagonistas.

As personagens, Robert e Francesca, vivem uma tórrida história de amor capaz de tocar fortemente nas mazelas de um casamento ou de uma vida à dois. A paixão arrebatadora entre ambos, favorece a eles uma reflexão de toda suas vidas. Francesca se questiona com relação a vida que leva, e se o amor tal como ela vive, sobrevive a rotina. Já Robert, usa a luz das suas lentes, para revelar, não só os objetos, mas, antes, a sua própria verdade. Tudo isso em meio a um amor ardente que coloca suas vidas em xeque-mate. Francesca é levada a escolher entre fugir ou ficar, e Robert coloca sua esperança de viver um grande amor em suas mãos. O momento é difícil, mas a única certeza que ambos têm, é que "as coisas que verdadeiramente valem à pena devem ser sentidas não com a razão, mas sim com o coração". E eles se entregam a esse sentimento, transformando assim, as emoções triviais, que pensamos compreender, em algo raro e brilhante. E o resultado de tudo isso? É a experiência única, apaixonada e comovente de um amor vivido em apenas quatro dias. Algo não muito racional, já que teriam que decidir suas vidas neste período.

Mas, ausência da razão, o que não implica na falta dela, logo os chama para a realidade. É isso mesmo, a razão, que está logo ali, antes mesmo do prazo terminar, sinalizando, despejando um mundo de motivos para que Francesca deixe o amor, virar a esquina e que se vá para todo o sempre, levando-o para longe dos olhos, longe do corpo, mas jamais para longe de sua alma. E agora? Qual seria a escolha viável para ambos? seria justo sacrificar seu amor em prol de seus filhos e marido? A escolha de Francesca me pareceu ética. Sacrificar a chance de viver plenamente feliz com uma pessoa, em favor de seus filhos, pareceu-me uma escolha sensata, afinal, quem garante que se fosse ao contrário ela seria feliz para sempre? Os quatro dias de amor intenso vivido pelos dois, ultrapassou as barreiras do tempo, serviu de reflexão para os filhos de Francesca, que com o passar do tempo, tomam conhecimento do acontecido ao lerem seus escritos, muito tempo depois. E diante do que leram, foram chamados a reflexão pela forma com que eles tratavam suas esposas. Sensibilizados pela comovente carta de sua mãe, eles procuram se redimir perante suas famílias. Se Francesca tivesse escolhido viver esse amor, talvez a atitude de seus filhos tivesse sido diferente. Não há garantias neste sentido. A garantia que temos é que Francesca, fez uma reflexão de si mesma, escolheu retomar sua vidinha pacata, sabendo que era necessário continuar vivendo... pois viver era preciso, afinal ao acordarmos todas as manhãs, nos deparamos com a realidade do fim e com o fim, vem a crença no que é justo ou injusto, seria o amor justo ou injusto? Mas o que tem a ver o amor com justiça? Nada. O amor é imenso, maior até que a própria vida, e nós só temos a certeza disto quando nos permitirmos viver esse amor intensamente, pelo menos uma vez na vida. E quando isso acontecer, tudo mais fará sentido e o silêncio não será mais tão inconcebível. Amar em silêncio às vezes faz sentido, por isso a escolha de Francesca foi sensata e ética, apesar de nós mulheres, ainda não possuirmos maturidade para compreender tamanho sacrifício. Mas, a personagem Francesca, não só se mostrou madura como foi capaz de compreender a situação atípica a que ela foi acometida. Ela compreendeu que, enquanto o corpo sente a falta do toque, a alma encontra-se por totalmente completa, e apesar da dor da perda de um grande amor, ela sabia que lhe restaria a lembrança dos quatro dias inesquecíveis, guardado em sua memória para ser lembrado por toda a eternidade. Para nós, pode parecer pouco, mas acredite... para ela não.

As Pontes de Madison é um belíssimo filme e uma excelente leitura para quem gosta de romance, pois retrata o amor na sua fase mais adulta, chegando no momento em que nada mais esperamos da vida, quando nossos sonhos de adolescentes foram esquecidos, a lembrança de uma situação totalmente atípica de uma amor vivido intensamente, nos faz refletir e questionar toda uma existência.

Solares

DEIXANDO QUE OS FATOS ME MODIFIQUE

Dizem que o bom filósofo é aquele que tem a capacidade de admirar-se frente aos acontecimentos no mundo. Se assim for, então, posso me considerar uma boa filosofa. É que por mais que os absurdos ocorridos no mundo estejam se tornando fatos comuns, eu ainda me admiro diante deles.


Considere, quem quiser, a violência como algo rotineiro em suas vidas. Eu não!. Não consigo faz dessa brutalidade , hoje relegada a nossa condição humana, como um acontecimento normal. Para se ter uma idéia, eu apenas vejo o noticiário para não ficar à parte dos acontecimentos, abstraiu aquilo que me é necessário enquanto informação, para que eu possa fazer uma reflexão sobre o assunto e tirar as minhas conclusões e só, não ficou 24 horas prostrada na frente da TV me enchendo dos excessos promovidos pela mídia. A violência não faz parte da minha educação doméstica e nem tampouco da minha vida social. Aprendi desde de cedo que, violência revidada gera mais violência. Esta máxima é verdadeira.

Mas aí, quando pensei já ter visto todos os absurdos possíveis nos noticiários, és que se ergue diante dos meus olhos, aquele que jamais imaginei um dia assistir: A guerra entre duas forças que a priori, foram criadas para proteção e segurança da humanidade. Estou falando do confronto entre Policiais civil e militar na última quinta-feira no Estado de São Paulo. Mais que um confronto entre colegas, vimos a força repressora do estado(Polícia Militar), obrigada a deter e conter os excessos daqueles (Polícia Civil) que buscam, assim como a PM, dignidade, respeito, melhor salário e melhor condição de trabalho para as polícias. Com uma única diferença; a Polícia Civil tem direito de fazer paralisação, greve, a Polícia Militar não, a ela não é permitido o direito de greve, conforme o seu Regulamento Militar. A Polícia Civil ganha mal? A Polícia Militar mais ainda, pois está submetida as ordens do estado sem que possa fazer qualquer tipo de manifestação contrária a ele.


Foi a visão mais horripilante que meus olhos puderam presenciar. Diante de tantos acontecimentos tenebrosos no nosso país, a guerra entre policiais (militar X civil), ao meu ver, foi a gota d'água que transbordou o oceano. Meus olhos não quiseram acreditar no que noticiava a TV, seria o fim dos tempos? Busquei um sentido para tudo que estava vendo, não poderia deixar que o absurdo tomasse conta dos meus pensamentos, e um espanto reflexivo se instalou no meu ser. E por mais ofuscada que a minha visão pudesse estar, eu ainda buscava um sentido para todo aquele absurdo. Confesso que ainda não consegui re-significar o ocorrido dentro de mim, ainda estou reflexiva...pensativa... buscando...


Me considero uma pessoa otimista e como costuma falar um certo Padre, muito sábio, “Se você não consegue modificar os fatos, permita que os fatos te modifique”. Eu, encontro-me inserida neste contexto, buscando permite que os fatos me modifique, esperando que ele traga consigo o sentido para o meu “espanto absurdo”. Enquanto ele não chega, só me cabe orar à Deus para que sua misericórdia nos alcance, permitindo-nos restituir tudo aquilo que antes fora quebrado, trazendo-nos a fraternidade do Cristo. É nela que acredito, pois ela, não é uma sonho distante, está bem aqui perto de nós, e assim como nos meus sonhos, ela é possível.

Por mais que os noticiários nos digam ao contrário, eu ainda creio que a humanidade nas pessoas um dia será restituída, e assim, a paz, a fraternidade e o amor entre os seres humanos, não será mais uma utopia, mas sim, realidades que farão parte da vida cotidiana de todos seres humanos.


Acredite nisso! Eu creio. No dia em que não mais crer nesta humanidade nas pessoas e não mais ter esperança nesta minha vida, então, neste dia eu estarei morta!.


Solares

segunda-feira, outubro 06, 2008

II SIMPÓSIO BAIANO DE FILOSOFIA

Bem galera!

Estão abertas as inscrições para apresentação de trabalhos no II Simpósio Baiano de Filosofia, cujas normas para a apresentação estão indicadas abaixo. Apenas serão aceitos os trabalhos produzidos por professores, pesquisadores e estudantes com Especialização, Mestrado ou Doutorado (concluído ou em curso). Estive presente no I Simpósio, no ano passado, e afirmo que foi muito proveitoso. Por este motivo, resolvi postar aqui todas as informações sobre o referido evento. Espero rever lá, meus colegas de faculdade.


Evento: II SIMPÓSIO BAIANO DE FILOSOFIA.
Data: 21 a 23 de outubro de 2008.
Hora: Das 8h30min às 19h.
Local: Auditório da Faculdade São Bento.
Valor das inscrições: R$ 30,00 (para estudantes) e R$ 60,00 (para professores e profissionais).

Salvador - Bahia

Beijos para todos! conto com vocês

Solares