Dizem que o bom filósofo é aquele que tem a capacidade de admirar-se frente aos acontecimentos no mundo. Se assim for, então, posso me considerar uma boa filosofa. É que por mais que os absurdos ocorridos no mundo estejam se tornando fatos comuns, eu ainda me admiro diante deles.
Considere, quem quiser, a violência como algo rotineiro em suas vidas. Eu não!. Não consigo faz dessa brutalidade , hoje relegada a nossa condição humana, como um acontecimento normal. Para se ter uma idéia, eu apenas vejo o noticiário para não ficar à parte dos acontecimentos, abstraiu aquilo que me é necessário enquanto informação, para que eu possa fazer uma reflexão sobre o assunto e tirar as minhas conclusões e só, não ficou 24 horas prostrada na frente da TV me enchendo dos excessos promovidos pela mídia. A violência não faz parte da minha educação doméstica e nem tampouco da minha vida social. Aprendi desde de cedo que, violência revidada gera mais violência. Esta máxima é verdadeira.
Mas aí, quando pensei já ter visto todos os absurdos possíveis nos noticiários, és que se ergue diante dos meus olhos, aquele que jamais imaginei um dia assistir: A guerra entre duas forças que a priori, foram criadas para proteção e segurança da humanidade. Estou falando do confronto entre Policiais civil e militar na última quinta-feira no Estado de São Paulo. Mais que um confronto entre colegas, vimos a força repressora do estado(Polícia Militar), obrigada a deter e conter os excessos daqueles (Polícia Civil) que buscam, assim como a PM, dignidade, respeito, melhor salário e melhor condição de trabalho para as polícias. Com uma única diferença; a Polícia Civil tem direito de fazer paralisação, greve, a Polícia Militar não, a ela não é permitido o direito de greve, conforme o seu Regulamento Militar. A Polícia Civil ganha mal? A Polícia Militar mais ainda, pois está submetida as ordens do estado sem que possa fazer qualquer tipo de manifestação contrária a ele.
Foi a visão mais horripilante que meus olhos puderam presenciar. Diante de tantos acontecimentos tenebrosos no nosso país, a guerra entre policiais (militar X civil), ao meu ver, foi a gota d'água que transbordou o oceano. Meus olhos não quiseram acreditar no que noticiava a TV, seria o fim dos tempos? Busquei um sentido para tudo que estava vendo, não poderia deixar que o absurdo tomasse conta dos meus pensamentos, e um espanto reflexivo se instalou no meu ser. E por mais ofuscada que a minha visão pudesse estar, eu ainda buscava um sentido para todo aquele absurdo. Confesso que ainda não consegui re-significar o ocorrido dentro de mim, ainda estou reflexiva...pensativa... buscando...
Me considero uma pessoa otimista e como costuma falar um certo Padre, muito sábio, “Se você não consegue modificar os fatos, permita que os fatos te modifique”. Eu, encontro-me inserida neste contexto, buscando permite que os fatos me modifique, esperando que ele traga consigo o sentido para o meu “espanto absurdo”. Enquanto ele não chega, só me cabe orar à Deus para que sua misericórdia nos alcance, permitindo-nos restituir tudo aquilo que antes fora quebrado, trazendo-nos a fraternidade do Cristo. É nela que acredito, pois ela, não é uma sonho distante, está bem aqui perto de nós, e assim como nos meus sonhos, ela é possível.
Por mais que os noticiários nos digam ao contrário, eu ainda creio que a humanidade nas pessoas um dia será restituída, e assim, a paz, a fraternidade e o amor entre os seres humanos, não será mais uma utopia, mas sim, realidades que farão parte da vida cotidiana de todos seres humanos.
Acredite nisso! Eu creio. No dia em que não mais crer nesta humanidade nas pessoas e não mais ter esperança nesta minha vida, então, neste dia eu estarei morta!.
Solares
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